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Dia Internacional da Mulher: Pré-estreia de "Mestras da Ginga" destaca a luta das capoeiristas
A data simboliza a luta histórica das mulheres por igualdade de condições, encontra no filme um eco de suas demandas, revelando os desafios enfrentados por capoeiristas em um ambiente ainda marcado pelo machismo

Por Walace Ferreira — Belém(PA), Amazônia.
06/03/2025
"Mestras da Ginga" conta a história de Nzinga, uma jovem capoeirista que enfrenta diversas formas de machismo dentro de seu grupo. Em busca de autonomia, ela decide praticar sozinha e, durante seus treinos ao ar livre, conhece outras mulheres que compartilham de suas experiências. Juntas, elas formam um grupo exclusivo para treinamentos e realizam uma roda apenas para o público feminino. Através da união, as personagens dialogam sobre suas lutas e buscam referências femininas que as ajudem a conquistar espaços antes negados.
No próximo dia 8 de março, às 18h30, a Escola Manoela Freitas, no bairro de São Braz, será palco da pré-estreia do curta-metragem "Mestras da Ginga", projeto selecionado pelo edital de audiovisual fomento inciso I - Lei Paulo Gustavo, uma obra que retrata a luta e resistência das mulheres na capoeira. A data simboliza a luta histórica das mulheres por igualdade de condições, encontra no filme um eco de suas demandas, revelando os desafios enfrentados por capoeiristas em um ambiente ainda marcado pelo machismo. O evento tem entrada gratuita.
Para Cecília Leal, produtora executiva, o curta-metragem tem como motivação retratar os desafios que muitas mulheres ainda enfrentam na capoeira, mesmo após décadas de luta contra o machismo. “Muitas capoeiristas não reconhecem as violências que sofrem como problemáticas e as aceitam como parte da cultura. O filme visa mostrar que a força coletiva das mulheres pode superar as barreiras impostas nesse contexto e resgatar a presença feminina na capoeira, onde, historicamente, elas eram relegadas a papeis secundários”, explica Cecília.
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Keila Santos, atriz do curta metragem, fala que a realização dessa roda exclusiva foi um sucesso, atraindo até mesmo homens que desejavam se integrar àquela energia vibrante. “Nzinga e suas amigas se tornam referência e continuam sua luta contra o machismo e outras formas de violência na capoeira. A mensagem do curta é clara: enquanto houver mulheres em situações de violência, a luta continuará”, declara a atriz.
Com foco nas capoeiristas do Brasil, especialmente do estado do Pará, "Mestras da Ginga" destaca uma realidade alarmante: entre 400 mestres de capoeira na região, apenas três são mulheres. O filme dá voz a essa minoria e ilustra a importância de uma roda exclusivamente feminina como um ato revolucionário.
Além da exibição do filme, o projeto inclui planos para um novo documentário sobre as histórias das capoeiristas do Pará e ações educativas que promovam diálogos sobre resistência e empoderamento feminino. Os projetos AXÉ DE NZINGA e UBUNTU-SOU O QUE SOU também serão realizados este semestre, promovendo vivências culturais inclusivas com participação ativa de mulheres e pessoas LGBTQIAP+.

"Mestras da Ginga" não apenas revela a realidade das capoeiristas, mas também inspira um chamado à ação para todos – homens e mulheres – para que se unam na luta contra as violências dentro e fora das rodas de capoeira. Que cada ginga inspire mais mulheres a ocuparem seu espaço na capoeira e na vida, transformando desafios em conquistas.
História e identidade
No Brasil, estima-se que 35% dos praticantes de capoeira são mulheres. O número daquelas que chegam à condição de mestras, no entanto, ainda é muito reduzido quando se considera a capoeira de angola, tipo mais tradicional. Mesmo presentes, elas ainda enfrentam preconceito e outros tipos de violação.
A capoeira, apesar de ser originalmente uma manifestação nascida entre os negros escravizados como forma de resistência, tem passado por um processo de perda das referências africanas. Esse fenômeno, entre outros fatores, tem afastado mulheres negras da prática, avaliam especialistas.
Desde 2014, a roda de capoeira é reconhecida como patrimônio cultural imaterial da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em 2008, a prática recebeu o título de Patrimônio Cultural Brasileiro.
Serviço: Pré-estreia do curta-metragem "Mestras da Ginga"
Dia: 8 de março de 2025, às 18h30.
Local: Escola Manoela Freitas, no bairro de São Braz. Informações: @prettanzinga ou (91) 98256-2246
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