COP30: Belém pode abrigar ações globais contra desinformação climática

     As propostas selecionadas poderão integrar a programação oficial da COP30, marcada para novembro em Belém (PA)

Por Walace Ferreira — Belém(Pará), Amazônia.

16/07/2025

Com apoio da Presidência da COP30, a Iniciativa Global pela Integridade da Informação sobre a Mudança do Clima lançou um chamado internacional para mapear e impulsionar soluções que combatam a desinformação climática. As propostas selecionadas poderão integrar a programação oficial da COP30, marcada para novembro em Belém (PA).

A iniciativa reúne países como Brasil, França, Chile, Dinamarca, Marrocos, Reino Unido e Suécia, além de órgãos como ONU, UNESCO e UNFCCC, em resposta a uma crescente ameaça: campanhas coordenadas que minam a ciência climática, desacreditam políticas ambientais e enfraquecem a ação global.

O Mutirão Global pela Integridade da Informação, articulado pela presidência brasileira da COP30, busca reunir projetos de governos, sociedade civil, academia, setor privado e mídia, com foco em jornalismo ambiental, educação midiática, proteção de dados científicos e transparência em publicidade digital. O prazo para envio das propostas vai até 31 de agosto de 2025.

A cidade de Belém, que sediará pela primeira vez uma Conferência das Partes da ONU sobre o clima, será palco de decisões que vão muito além da política ambiental — e que agora passam também pelo combate às mentiras que distorcem o debate público e comprometem soluções urgentes. A inclusão inédita da integridade da informação na Agenda de Ação da COP foi articulada pelo Brasil como uma resposta ética à manipulação informacional e ao negacionismo climático.

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Líderes globais como o presidente Lula e o secretário-geral da ONU, António Guterres, já destacaram a urgência do tema. “A ação climática é sabotada pelo negacionismo e pela desinformação. Nenhum país resolverá isso sozinho”, afirmou Lula no G20. Guterres reforçou: “Desde o greenwashing até o assédio a cientistas, a desinformação impede o progresso.”

Segundo Ana Toni, CEO da COP30, valorizar conquistas como o Acordo de Paris é essencial para manter a confiança no processo multilateral: “Desacreditar o sistema é exatamente o que a desinformação quer.” Já Frederico Assis, enviado especial da COP30 para a integridade da informação, destacou que a manipulação de dados e a negação da crise afetam especialmente as populações vulneráveis, em especial no Sul Global. “Trata-se de um desafio político, ético e estratégico.”

A iniciativa também convida organizações a apoiar financeiramente o Fundo Global para a Integridade da Informação sobre o Clima, gerido pela UNESCO. As ações selecionadas poderão fazer parte da Agenda Global de Ação Climática da COP30, contribuindo diretamente com o esforço global para frear o colapso climático — e colocando a Amazônia no centro dessa mobilização.

Organizações interessadas podem acessar e preencher o formulário de inscrição até 31 de agosto de 2025.

Fonte: COP30

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