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Nov 17, 2025

Cúpula dos Povos na Amazônia Denuncia Crise Climática e Exploração Global


   O encontro, com mais de 70 mil participantes, sintetiza meses de debates, colocando a crise climática e a exploração socioambiental no centro do debate


Imagem: @rudegalvenus - Carolynne Matosm/ Divulgação.
Imagem: @rudegalvenus - Carolynne Matosm/ Divulgação.

Por Estante Cultural — Belém(Pará),Amazônia.

17/11/2025


A Cúpula dos Povos, reunida de a de novembro de , no epicentro da Amazônia, emitiu uma declaração global. O encontro, com mais de 70 mil participantes, sintetiza meses de debates, colocando a crise climática e a exploração socioambiental no centro do debate.


A força do movimento reside na sua diversidade, espelhando a biodiversidade que defendem. O processo uniu povos originários e tradicionais, guardiões da terra (camponeses, indígenas, quilombolas, pescadores, extrativistas, marisqueiras), junto a trabalhadores urbanos, quebradeiras de coco babaçu, povos de terreiro, mulheres, juventude e a comunidade LGBTQIAPN+. São os povos da floresta, do campo, das periferias, dos mares e rios que buscam um planeta justo, pautado pelo Bem Viver.


A declaração aponta as forças motrizes da degradação planetária. O avanço da extrema direita, do fascismo e a proliferação de conflitos armados exacerbam a crise climática e a exploração desenfreada dos recursos naturais. A responsabilidade primária por essa dinâmica destrutiva é atribuída ao Norte Global, às corporações transnacionais e às classes dominantes, que perpetuam um modelo insustentável.


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Neste contexto, a Cúpula expressa solidariedade inabalável aos povos sob ataque. O documento condena veementemente o genocídio praticado contra o povo palestino pelo Estado sionista de Israel, destacando a destruição de Gaza e a perda de dezenas de milhares de vidas. A resistência palestina é saudada, e o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) recebe apoio total.


A ameaça imperialista também é mapeada no Caribe, onde os Estados Unidos intensificam sua presença militar (Operação “Lança do Sul”). Essa expansão é vista como uma ameaça direta à soberania dos povos e uma criminalização dos movimentos sociais. A solidariedade se estende a nações como Venezuela, Cuba, Haiti, Equador, e a projetos de emancipação em diversos continentes.


Imagem: @troikacriacao / Divulgação.
Imagem: @troikacriacao / Divulgação.

O manifesto sublinha que não há vida sem natureza e que a ética do cuidado é fundamental. O feminismo é um pilar central, pois elege o trabalho de reprodução da vida — o cuidado com as pessoas e com o planeta — como prioridade. Essa visão se choca radicalmente com a lógica do sistema econômico vigente, que prioriza o lucro em detrimento da saúde do ecossistema global.


A visão da Cúpula é orientada pelo internacionalismo popular, um intercâmbio de saberes que fortalece a cooperação e a solidariedade. As soluções verdadeiras, afirmam os participantes, nascem e se fortalecem a partir dessa troca de experiências nos territórios. Foi saudado o anúncio da construção de um Movimento Internacional de Atingidas e Atingidos por barragens, crimes socioambientais e pela crise climática.


O encontro teve um início simbólico, com a navegação pelos rios amazônicos, cujas águas nutrem o corpo e sustentam a vida. Essa metáfora ressalta a importância vital dos ecossistemas hídricos. A cosmovisão dos povos originários, que reconhece a presença dos "encantados" e de outros seres espirituais, é destacada como a força que orienta a proteção dos territórios e inspira a luta pelo Bem Viver em harmonia com o ciclo da vida.


Confira a carta compromisso construída pelo coletivo AQUI.




Fonte: Cúpula do Povos

 


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Franciorlis ViannZa - Escritor 

Paulo Ferreira - Escritor e Jornalista

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