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“Manifesto Nortista”: Mila Costa lança crítica, celebração e identidade amazônica em meio à COP30
Mais do que um lançamento musical, o trabalho da cantora se firma como uma declaração artística e política

Por Walace Ferreira — Belém(Pará),Amazônia.
17/11/2025
Em meio ao olhar global voltado para Belém durante a COP30, a cantora paraense Mila Costa escolheu o momento para lançar Manifesto Nortista, seu novo single, já disponível no Spotify. A decisão não foi aleatória: nasce da urgência em reivindicar a preservação da Amazônia, o respeito aos povos originários e a necessidade de reposicionar o Norte no imaginário nacional. O videoclipe da faixa será lançado amanhã, 19 de novembro, no YouTube — ampliando visualmente a força desse discurso.
“A COP30 é importante sim, os olhos do mundo estão voltados para Belém”, diz Mila. Para ela, lançar a música nesse período é também um gesto político. “É o momento de reivindicar os direitos dos povos indígenas. Questões sérias precisam de soluções.”
Um manifesto nortista contra a invisibilização do Norte. Na construção da canção, Mila parte de críticas profundas à forma como o restante do país enxerga — ou insiste em não enxergar — o Norte brasileiro. Sua fala aponta para um problema recorrente: a confusão entre Norte e Nordeste, reflexo de uma exclusão geográfica que se estende para a cultura e para o reconhecimento.
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“Algumas pessoas dizem ‘Eu amo o Nordeste’ quando eu digo que sou do Pará. A gente precisa explicar toda vez que o Norte existe”, relata. A artista entende essa desinformação como parte de um apagamento histórico e enfatiza que seu manifesto também reivindica um lugar de prosperidade para a região. O Norte que ela canta é um território que precisa ser preservado, não explorado — sem petróleo, sem privatização dos rios, com indígenas vivendo plenamente em suas terras.
Enquanto houver arte, diz Mila, haverá questionamento.
Carimbó para curar, palavras para fazer pensar. Apesar da crítica, Manifesto Nortista não é apenas denúncia: é também celebração. “Essa música foi feita pra criticar, mas também pra celebrar o Norte. Um carimbó pra curar e palavras pra fazer refletir”, sintetiza. A artista propõe que o Brasil inteiro cante a potência da região, reconhecendo sua riqueza cultural, suas tradições e sua pluralidade rítmica.
A faixa marca o primeiro passo do EP de estreia de Mila Costa — um projeto que promete pluralidade estética e a mistura de referências que moldam a identidade musical da artista.

“Eu canto samba, eu canto jazz, eu canto marabaixo, eu canto ópera, eu canto carimbó…”, diz ela, citando versos presentes na música. O EP, produzido por Delcley Machado e com produção executiva de Fabiana Batistela, deve atravessar essa diversidade sonora, mesclando ritmos nortistas a sonoridades brasileiras e internacionais. “Agora não posso falar muito ainda…”, brinca a cantora, deixando espaço para o mistério.
Com o videoclipe prestes a estrear, a expectativa é de que Manifesto Nortista ganhe ainda mais alcance e provoque reflexões em um momento decisivo para a Amazônia. A música chega como um chamado: para que o Brasil encare de frente sua região mais rica, mais vulnerável e, ao mesmo tempo, mais ignorada.
Mais do que um lançamento musical, o trabalho de Mila Costa se firma como uma declaração artística e política — um lembrete de que a cultura nortista não apenas existe, como pulsa com força, resistência e beleza própria.
Ouça o lançamento de "Manifesto Nortista" no Spotify e no YouTube.
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