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16 de set. de 2025

 "Chiquita para sempre”: Um Grito de Resistência e Celebração que Ecoa por Meio Século de Luta LGBTQIAPN+ na Amazônia


     O evento é um espetáculo grandioso que condensa e projeta cinco décadas de história, memória e resistência da comunidade LGBTQIAPN+ na Amazônia


Imagem: Joaquim Sampaio / Divulgação.
Imagem: Joaquim Sampaio / Divulgação.

Por Estante Cultural — Belém(Pará), Amazônia.

16/09/2025



No dia 19 de setembro de 2025, às 18h, o Memorial dos Povos, em Belém, se transformará no epicentro de um movimento cultural e social de proporções históricas. O evento, show musical: "Chiquita para sempre" 2025, idealizado e realizado pelas Filhas da Chiquita, não é apenas uma data no calendário, mas um espetáculo grandioso que condensa e projeta cinco décadas de história, memória e resistência da comunidade LGBTQIAPN+ na Amazônia.


O público será imerso em um show vibrante, com a participação de artistas LGBTQIAPN+ consagrados e novos talentos, performances impactantes, concursos e falas que reforçam a luta contínua por direitos e a celebração inabalável da diversidade.


"Para Sempre": A Simbologia de um Legado Duradouro

O título "Chiquita para sempre" carrega em si uma simbologia profunda e multifacetada. Mais do que uma simples celebração da longevidade do evento, ele é uma afirmação categórica da Chiquita como um território cultural consolidado, uma conquista árdua e valiosa da comunidade e da cultura paraense. É a ponte viva que conecta o legado de luta, arte e resistência das gerações passadas com as novas vozes e expressões, garantindo que a chama da diversidade e da celebração permaneça acesa e vibrante. A proposta do "Chiquita para sempre 2025" é audaciosa: transformar a essência da Chiquita, tradicionalmente realizada ao ar livre, em um espetáculo grandioso e imersivo dentro da concha acústica do Memorial dos Povos. Essa transição visa manter a energia contagiante de troca e diversão que sempre caracterizou a festa, elevando-a a um novo patamar de experiência artística e cultural.

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A Importância de Manter a Chama Viva: Patrimônio e Existência

Para Elói Iglesias, a manutenção da Festa da Chiquita é mais do que uma celebração; é a garantia da existência e da visibilidade de um território fundamental. O reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial do Pará não é apenas um título, mas um resguardo que assegura a continuidade e a proteção da festa. "Hoje nós estamos resguardados", afirma Elói, destacando que essa salvaguarda permite que a Chiquita continue sendo um espaço de fala e de vida para pessoas que, muitas vezes, não encontram representatividade em outros ambientes, como universidades ou posições de destaque. Manter a festa viva é, portanto, preservar um lugar de resistência, prazer, amor e, acima de tudo, de existência para a comunidade LGBTQIAPN+.


Nesse contexto, o papel da sociedade, da mídia e do poder público é crucial. A quebra de estigmas, impulsionada pela crescente visibilidade e aceitação da diversidade, é um fator importante. "Todo mundo tem um LGBT dentro de casa, um funcionário, um filho, um amigo", ressalta Elói, enfatizando que a Festa da Chiquita é um evento social, político e de trocas que garante a liberdade e o direito de ser quem se é para as futuras gerações. É um lembrete constante de que a comunidade LGBTQIAPN+ faz parte do tecido social e cultural, e sua existência deve ser normalizada e celebrada.


Para a edição de 2025, a mensagem é clara: o "Chiquita para sempre" é, sim, uma grande celebração, mas também um poderoso grito de afirmação e esperança para o futuro. Em um cenário de visibilidade crescente, especialmente com eventos de grande porte que potencializam a região, a Chiquita se posiciona como um farol. "A esperança tem uma coisa, a esperança verde, que a gente vai realizar sonhos", comenta Elói, aludindo à riqueza e à vitalidade da Amazônia. A festa busca mostrar que, mesmo em uma metrópole inserida na selva, a existência da comunidade LGBTQIAPN+ é real, vibrante e merece todos os espaços. É um convite para que a sociedade compreenda e celebre a normalização dessa existência, garantindo que a Chiquita continue "para sempre".


Imagem: Joaquim Sampaio / Divulgação.
Imagem: Joaquim Sampaio / Divulgação.


A Trajetória de um Ícone Cultural: Da Repressão ao Reconhecimento

A Festa da Chiquita, carinhosamente conhecida por gerações, nasceu em um período de intensa repressão social e política na década de 1970. Em meio a um cenário adverso, emergiu como um espaço vital de afirmação, arte e luta por direitos, oferecendo refúgio e voz a uma comunidade marginalizada. Ao longo dos anos, sob a liderança visionária de Elói Iglesias, o evento transcendeu a condição de mera festa para se tornar um pilar inquestionável de resistência cultural e social. Seu palco já acolheu e impulsionou carreiras de grandes nomes da música brasileira, como Dona Onete, Fafá de Belém e Gaby Amarantos, demonstrando sua capacidade de unir arte e ativismo.


Recentemente, a Chiquita alcançou um marco histórico: foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do estado do Pará. Essa consagração foi coroada com a conquista do prestigiado Prêmio Rodrigo de Melo, onde o projeto "Chiquita para sempre" destacou-se como o mais bem pontuado entre quase 400 inscritos, um testemunho irrefutável de sua relevância e impacto. Essa vitória não apenas valida a Chiquita como um território de expressão da cultura popular, mas também a reafirma como um símbolo potente de aderência e representatividade para o movimento LGBTQIAPN+.


Imagem: Joaquim Sampaio / Divulgação.
Imagem: Joaquim Sampaio / Divulgação.


A "Para Sempre": A Simbologia de um Legado Duradouro

O título "Chiquita para sempre" carrega em si uma simbologia profunda e multifacetada. Mais do que uma simples celebração da longevidade do evento, ele é uma afirmação categórica da Chiquita como um território cultural consolidado, uma conquista árdua e valiosa da comunidade e da cultura paraense. É a ponte viva que conecta o legado de luta, arte e resistência das gerações passadas com as novas vozes e expressões, garantindo que a chama da diversidade e da celebração permaneça acesa e vibrante. A proposta do "Chiquita para sempre 2025" é audaciosa: transformar a essência da Chiquita, tradicionalmente realizada ao ar livre, em um espetáculo grandioso e imersivo dentro da concha acústica do Memorial dos Povos. Essa transição visa manter a energia contagiante de troca e diversão que sempre caracterizou a festa, elevando-a a um novo patamar de experiência artística e cultural.


Tradição e Inovação: O Equilíbrio para o Futuro

A organização do evento demonstra uma compreensão aguçada da dinâmica dos movimentos sociais e da necessidade imperativa de renovação constante. A programação de 2025 é meticulosamente planejada para honrar o legado de artistas que, com sua coragem e talento, abriram caminhos e pavimentaram a estrada para as novas gerações. Ao mesmo tempo, o "Chiquita para sempre" se posiciona como um catalisador para impulsionar novos talentos, oferecendo-lhes um palco de visibilidade e reconhecimento. Com uma banda fixa que serve de base para diversas apresentações e um espaço aberto para a participação de outros artistas, o evento se propõe a ser um elo dinâmico entre o passado e o futuro. É uma iniciativa que busca renovar vocabulários, formas de expressão e ideias, assegurando que a Chiquita não apenas persista, mas continue a evoluir, mantendo-se relevante, impactante e inspiradora para as próximas décadas de luta e celebração




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Franciorlis ViannZa - Escritor 

Paulo Ferreira - Escritor e Jornalista

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