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Gláfira lança clipe sobre a cultura e o misticismo do Marajó


Gláfira - Imagem: GQ Fotos Estúdio.


A cantora paraense Gláfira faz da ancestralidade o guia na viagem mística à sua terra natal em “Travessia do Marajó”, clipe lançado nessa última segunda-feira (6) nas suas redes sociais, (Instagram, Facebook e YouTube). A música abre "Mar de Odoyá”, o mais recente disco solo da artista paraense.




Na composição autoral, Gláfira volta à infância em Soure, cidade onde nasceu, cria de uma família de pescadores. Seu avô contava do medo que sentia ao atravessar para o Marajó em dias de águas agitadas. Sua avó observava o céu, e da esquina de cara mirava a baía. Ela dizia: ‘já tem dois dias que relampeia lá pras bandas do Marajó’ A frase inicia a história narrada pela composição. “Fiz a letra pautada na vivência, na minha raiz”, diz a artista.




O vídeo, gravado na praia do Pesqueiro e na comunidade Do Céu, tem direção de Léo Platô e Tale Campos. As imagens revelam as belezas da areia branca das praias marajoaras, seus mangues e águas esverdeadas, que contrastam com o vestido azul profundo usado pela artista, que remete a uma borboleta citada por indígenas como guardiã da natureza.



A travessia espiritual ao Marajó faz referência a entidades da região e mostra o mundo místico dos Caruanas. Segundo os antigos, quando o planeta foi feito, o mundo espiritual se desenvolveu em sete pontos. Com o tempo, cada um deles foi se desligando da Terra e hoje, apenas um deles ainda está conectado. “É o mundo dos Caruanas, que fica localizado no Marajó, o que faz com que a região tenha muita encantaria e misticismo”, diz a cantora.





Encantaria marajoara


O clipe destaca três encantados, que foram escolhidos por serem lendas características da região: o Pretinho da Bacabeira, a Mulher Cheirosa e o Vaqueiro Boaventura. “Gláfira queria contar as lendas da região, escolhemos os três encantados e eu entendi que a Gláfira seria a quarta encantada, essa referência na cultura marajoara. O vídeo chega para coroar isso. Em meio a uma natureza esplendorosa, Gláfira chega com aquele vestido azul, numa imagética mística do Marajó. Gosto muito de ser um clipe turístico, que mostra a paisagem, a cultura. Para quem não conhece o Marajó, o clipe traz um convite para a viagem até lá”, destaca Léo Platô, um dos diretores.




Um dos personagens da história é o Pretinho da Bacabeira. Ele perdeu a mãe durante o parto, e foi criado pela vizinha, chamada Iara, a Mãe D'água. Encantado, passou a morar no reino das águas mais profundas do rio Paracauari. A criança era vista com a chegada da maré alta e sumia com a vazante. Ele era muito traquino e adorava pregar peças nas pessoas que passavam por ali.



Gláfira - Imagem: GQ Fotos Estúdio.


A Mulher Cheirosa é uma francesa que viveu em Soure. Ela era casada com um português que a abandonou para ir viver com uma mucama. Ela tentou reconquistar o esposo, e saía bem vestida e perfumada com aroma de jasmim. Mas a tentativa de reatar o casamento não deu certo, e ela aos poucos foi definhando de tristeza. No entanto, jurou que iria se vingar de todos os homens. São muitos os relatos de homens que foram seduzidos por ela e, mundiados, são levados pela estrada da praia do Araruna até que eles acordam três dias depois, perdidos no

mangue da praia, sem lembrar o que aconteceu.




A outra entidade é o Vaqueiro Boaventura. Ele era o mais experiente vaqueiro dentre todos. No entanto, certa vez, ao atravessar a cavalo o lago Piratuba, misteriosamente Boaventura desapareceu em suas águas. Por dias procuraram pelo corpo do vaqueiro e do cavalo, e jamais os encontraram. Sempre que alguém perde um animal, recorre à ajuda do vaqueiro e oferece em troca presentes que são deixados no meio do campo. E todos eles dizem que no outro dia é certo de que o animal é encontrado preso à espera do dono.




O projeto é uma celebração à potência cultural marajoara. "O clipe é um misto de beleza, força, exuberância e respeito pela história e tradição daquele lugar. O desdobramento que o trabalho traz também é muito importante para região ao difundir esse paraíso tão exótico e ainda pouco conhecido, habitado por um povo que tem orgulho de sua terra, honra de ser marajoara. Gláfira carrega isso em si e esse brio se manifesta em cada cena", diz Narjara Oliveira, coordenadora de produção.



Serviço

Veja o clipe “Travessia do Marajó”, via redes sociais da artista.


Texto: Gil Sóter (Assessoria de Comunicação)

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