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Artista Visual Lúcia Gomes inaugura galeria com exposição premiada

#LúciaGomes

#ExposiçãoPremiada


AMAOI-VOS - Divulgação.


Espaço inusitado, mas muito apropriado ao pensamento que Lúcia Gomes nutre em sua trajetória. Nestes quase 30 anos, a artista sempre pensou a arte como meio e estratégia de mudança, seja do pensar, agir, ver e sentir o entorno e o mundo. A mostra “Viva a Democracia” abriu no dia 11 de março (quinta-feira), inaugurando a galeria Direitos Humanos, montada no pátio da casa dela, no município de Quatipuru, como resultado do Prêmio de Reconhecimento concedido pela Lei Aldir Blanc-Pa. A curadoria da exposição é de Paula Michie Yanaguibashi.




O título completo soa como mais uma de suas performances. “PAM Barará Pá TUM! PAM Barará Pá TUM! PAM Barará! PAM Barará! PAM Barará Pá TCHÍÍ! Bacalhau, presente! cerveja, presente! vinho, presente! picanha, presente! Leite condensado, presente! Voltem para os quartéis! Viva a Democracia!”. Para a curadora Paula Michie, o reconhecimento de artistas de carreiras consolidadas como a de Lúcia Gomes é um ato de manutenção de um patrimônio cultural, histórico e local.




"Viva a Democracia! entoa um chamado cívico em pleno século XXI. E isto traduz muito da essência da produção aqui exposta, das constantes simbologias impregnadas nas obras e vida dessa artista cujo ativismo é caraterística natural” diz a curadora Paula Michei, para quem o processo de curadoria foi permeado pela tentativa de traduzir os próprios anseios de Lúcia em meio ao cenário turbulento que vive hoje o país.



VIVA A DEMOCRACIA - IMAGEM DO FANTASMA VIÚVO DA DITADURA (Divulgação)


"Há uma emergência e uma urgência de dizer, bradar e entoar o que a revolta é capaz de produzir. Na supressão de direitos sociais acontecendo ao escancaro de nossos olhos, à revelia dos valores humanos, nos encontramos ditados e censurados por mãos de ferro que gozam da violência social, que nos sangram a existência e o que ainda possa sobrar. É preciso dizer, é preciso gritar” continua Paula.




Além dos registros de performances já produzidas, há algo novo. Vestida com uma lona de camuflagem do Exército, chamado ‘Viúvo da Ditadura’, Lucia Gomes construiu o novo trabalho que deu nome à exposição. "Pintei a lona com tinta acrílica cor de leite condensado, usando só a lata vazia do mesmo. Na performance eu ofereço ao público dois para fazerem o fantasma viúvo também", diz Lucinha explicando a ação interativa.




O processo foi registrado em vídeo que estará na exposição, fazendo alusão, para quem tiver memória recente ativa, ao escândalo envolvendo despesas alimentícias do executivo em 2020. O público também vai conferir os processos e registros de “Banquete das Águas” e “Outros Caminhos”, de 2001; “Sanitário ou Santuário?”, “Flutuantes”, “Crisalis” e “Olhar de Vivó “, de 2003; “Stop Pedofilia” e “Convescote de Urubus”, ambas de 2004; “MMMM, de 2005”, “1964BR1985”, de 2008, “Ditadura Nunca Mais”, de 2009; “O Pesadelo do Trabalho Infantil de Todos os Tempos”, de 2010; Projeto “Me Manda Pra China”, de 2010; “Sucuri Engolindo Corruptos e outros bichos papão”, de 2012; “AI 5 NÃO!”, de 2016; “ReplanCHE”e “#”, de 2017.




Lúcia Gomes nasceu em Belém, passou sete anos de sua vida na Suíça e, desde que retornou ao Pará, se instalou na cidade de Quatipuru, onde vive e trabalha. Em 2014, comemorou os 20 anos de trajetória artística com a exposição Arara Arere Ariri Aroro Aruru, também presente na exposição "Viva a Democracia", no Instituto de Artes do Pará.





Ela também foi artista convidada no Salão Arte Pará nos anos 2016, 2017, 2018 e 2019 e em 2020 foi premiada no edital Rede Virtual de Arte e Cultura, pela Fundação Cultural do Pará.



“Essa exposição é muito importante pra mim, pois estou reunindo os meus trabalhos contra a ditadura e contra os atos enlouquecidos do Bolsonaro. É uma exposição de resistência, e outras performances e outros trabalhos. Vai ser na galeria Direitos Humanos. Eu que a criei e é no pátio daqui de casa, uma coisa muito simples”, complementa a artista.




“Viva a Democracia” ficará montada na Galeria Direitos Humanos, em sua casa, até agosto e haverá uma programação virtual para que o público que não vai poder estar presente, possa acompanhar e ver a mostra. “Ainda estamos organizando. Com a pandemia e a atual situação, ficou um pouco complicado fazer algo agora, mas vamos inaugurar e aqui receber de forma reduzida as pessoas para uma visitação programada”, finaliza.



Serviço

“Viva a Democracia”, de Lúcia Gomes. De 11 de março a 14 de agosto, em Quatipuru (PA). Prêmio Reconhecimento Artístico da Lei Aldir Blanc-Pa, Secult-Pa. Mais informações @luciagomesqt.


Texto: Luciana Medeiros (91) 98134-7719 (HOLOFOTE VIRTUAL)

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