O mini documentário “Música de Guerrilha” foi um dos projetos selecionados no edital “Juventude Ativa” da Lei Aldir Blanc. Trata-se de um conteúdo audiovisual que documenta a produção musical independente de jovens periféricos da região metropolitana de Belém. O documentário pretende ainda apresentar ao mercado mais uma produção do projeto “Radiola Cabana” idealizado pelos irmãos Oiran, Uirandê e Maíra Gomes.
A chegada das redes de comunicação através da internet, vem ao longo das décadas quebrando os monopólios da indústria do audiovisual e da música, como a quebra do monopólio das grandes gravadoras, sem as quais era quase impossível um artista ter uma carreira. Hoje, grande parte da população, principalmente os mais jovens, têm nas mãos um equipamento que pode gravar áudio e vídeos, e com a ajuda de alguns aplicativos, editar e lançar nas redes sociais. O Projeto audiovisual “Música de Guerrilha” conta a trajetória de alguns desses jovens que se juntaram através de seus sonhos e talentos e lançaram suas músicas para o mundo, mesmo que não fosse tecnicamente o ideal, mas por meio desse primeiro contato com o público, proporcionou voos mais altos para alguns desses artistas e produtores musicais da cena do rap e do carimbó em Belém.
O projeto é um registro da resistência e da perseverança de jovens periféricos em construção de sonhos na carreira musical, como explica Oiran Gomes: “É inspirado no conceito de produção de guerrilha que se aplica a vários tipos de produção, como no cinema, que basicamente consiste em ‘fazer com o que se tem nas mãos’ para tentar chegar a um resultado profissional”. Geralmente, essas produções são realizadas em espaços com instalações improvisadas, com o mínimo de equipamento, muitas vezes comprados em cooperação entre dois ou mais artistas do mesmo bairro.
“Esse fazer no dia-a-dia de ‘produção de guerrilha’ na música é um trabalho feito em coletividade, primeiro pela busca de conhecimento através de cursos online e tutoriais grátis para conhecer as etapas dos processos de produção musical utilizados nos mais diversos estúdios e dos mais variados orçamentos. A gente tenta reproduzir esse conhecimento com o que a gente tem na mão, se a gente tiver só um celular ou um computador a gente vai fazer”. E completa: “O impacto que isso causa é que a gente consegue fazer nossa produção de forma independente, de forma artesanal, dentro do nosso quarto, coisas que só eram possíveis fazer com uma gravadora a gente faz em um home stúdio.” – relata Oiran Gomes, músico, operador de áudio e produtor da Radiola Cabana.
Dirigido pelos membros da Radiola Cabana, o documentário aborda uma narrativa de fortalecimento cultural e protagonismo juvenil no território urbano, trazendo entrevistas com produtoras e produtores de home studios e artistas independentes que fazem produção musical no formato de guerrilha em Belém. Com legenda e classificação livre tem fala dos produtores: Navi Beatz da Mil Planos Rec do bairro da Pedreira, Camila Loie e Daniel OPS do Ditoca Studio do Parque Verde, do Ariel Silva do conjunto de Carimbó Batucada Misteriosa e do espaço cultural Coisas de Negro em Icoaraci, do Oiran Gomes da Radiola Cabana da Marambaia, do beatmaker Donloconubeat e de alguns artistas gravados na Radiola: Íra, Íris da Selva, Nega Ysa, Ruth Clark Mc, Felipe Alien e Ghostt Mc, de diversos bairros de Belém.
“Eu nem conheço outra forma de fazer que não seja em home studio. Em 2017 compramos um notebook, um amigo que é músico nos emprestou uma placa de áudio e um microfone e começamos a nos gravar em casa, gravar a galera da Marambaia. E um ano depois começamos a gravar como Radiola Cabana. Depois que aprendi as técnicas de áudio comecei a gravar minhas músicas e de outras artistas do rap, como a Gravei Ruth Clark, Nega Ysa e Yara MC.” – Íra, Rapper e produtora musical da Radiola Cabana.
SERVIÇO: Mini documentário “Música de Guerrilha”. Disponível no YouTube e no IGTV
Texto: Tainá Barral (91) 992537897 (Assessoria de Imprensa)
Fonte: Na Cuia - Produtora Cultural
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