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FEMEA abre no Dia Internacional da Mulher com várias atrações


Cantora Naieme (Ex Nana Reis) - Image: Maíra Henriques


Quantas vezes você já teve oportunidade de prestigiar um evento cultural no qual todas as pessoas envolvidas são mulheres? A FEMEA – Feira de Empreendedorismo, Música e Artes da Amazônia – lança sua primeira edição não apenas dando espaço para as artistas, pesquisadoras e empreendedoras da região Norte, como também apresenta quadro técnico e de produção totalmente feminino. A programação abre nesta segunda-feira (08/03) e segue até 14 de março, é inteiramente digital e pode ser facilmente acessada pelo site www.femea2021.com.br e nas redes sociais @feirafemea (FACEBOOK e INSTAGRAM) e Canal de YOUTUBE.




O evento traz uma feira digital de empreendedorismo com 20 negócios gerenciados por mulheres e ainda premia 8 trabalhos em vídeo, todos assinados por mulheres. Haverá programação artística, mas também formativa com quatro workshops, quatro mesas redondas e uma oficina, que ocorrerão entre 9 a 13 de março. No site também já está disponível a campanha de financiamento coletivo destinada a angariar recursos para a casa GMB - Bengui, Belém/Pa.



Femea TvWeb pelo canal de Youtube


No dia 8 de Março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, o evento abrecom o lançamento de um programa de internet, a FEMEA TVweb, com direção de Fernanda Brito Gaia e apresentação da cantora Joelma Kláudia.



Joelma Klaudia (Cantora e apresentadora do FEMEA) - Imagem: Maíra Henriques


“A FEMEA é um projeto revolucionário de empoderamento para as mulheres. É a prova da nossa existência e resistência. Vai gerar renda e trabalho, e diante de uma pandemia, muito mais ainda nos trazer dignidade, haja visto que nossas atividades foram paralisadas e estamos diante de uma crise sanitária e econômica, mas as nossas contas fixas - água, energia, alimentos, gás etc - chegam todos os meses. A FEMEA é um respiro e, nesse sentido, nos alimenta a alma trabalhar numa equipe somente de mulheres, afirma Joelma Klaudia.




A cantora conduziu bate papos e também cantou. O primeiro FEMEA TVWeb traz entrevistas com a professora Anna Maria Linhares, com a empreendedora Clóris Figueredo e com Dona Domingas Martins, de 67 anos, referência local na luta contra a violência doméstica e o feminicídio e uma das fundadoras do Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB). A ativista faz um trabalho ao lado de outras moradoras do Benguí, periferia de Belém, formando uma rede de apoio que transforma vidas e empodera mulheres em situação de risco.




“Neste período de pandemia, os índices de violência aumentaram não só contra mulher, mas também com crianças e idosos. O trabalho que fazemos com o GMB é para atender as mulheres em todos os sentidos, cuidando também de suas famílias. As rodas de conversa que realizamos há dois anos, que é uma atividade de cura, tem psicóloga porque somente remédios não bastam, precisamos conversar e isso nos salva. Nossa tarefa é proteger mulheres que ficam adoecidas principalmente na alma. É difícil falar. Eu mesma, que vivi muitas violência só consegui depois de 34 anos. A conversa, a escuta e o conhecimento me salvaram” – Domingas Caldas, GMB.



Banda Base com Mariza Black - Imagem: Maíra Henriques.


O segundo programa FEMEA TVweb vai encerrar a programação da feira, no dia 14, trazendo entrevistas com a vereadora Lívia Duarte, com a artista trans Bela Para Jesus e com a iluminadora Júlia Freitas, do coletivo Mulheres na Técnica. Nos dois dias de FEMEA TV Web haverá bate papos e shows com as cantoras paraenses.




“Ter um projeto como a FEMEA, com uma banda exclusiva de mulheres talentosíssimas, deixou meu coração cheio de amor porque a gente está ali abrindo espaços umas para as outras. Me sinto honrada e feliz com essa oportunidade”, diz Mariza Black.



Além dela, também se apresentaram Thalia Sarmanho, Karen Tavares, Carolina Torres, Naieme e Joelma Klaudia, que também foi a apresentadora das duas edições. As seis artistas foram acompanhadas por uma banda base exclusivamente feminina, formada por Carla Cabral, no cavaco e direção musical.




“A importância principal desse projeto é nos ver saindo do pensamento que nos engendraram: o da competição. O caos machista opera em ver que não nos apoiamos. E isso está em muitas mulheres ainda e também. Portanto, ter a oportunidade de participar, ou mesmo acompanhar festivais dessa natureza, nos planta sementes necessárias para um futuro mais acolhedor e justo, assim como reflexão e oportunidade de aprendizado social”, comenta.



Equipe Técnica e Produção (FEMEA) Imagem: Maíra Henriques


Um projeto 100% feito por mulheres


“Uma feira exclusivamente feita por mulheres foi uma maneira que encontrei de evidenciar e valorizar trabalhos desenvolvidos por nós, aumentar não só nossa auto estima, como também nossa autonomia financeira através dos postos de trabalho imediatos gerados com a Femea”, diz Narjara Oliveira, produtora cultural, idealizadora e coordenadora geral da FEMEA.




Segundo Lany Cavalléro, coordenadora de produção da FEMEA, a dificuldade em montar a equipe não se deu pela falta de profissionais mulheres, mas sim como um resultado de um histórico de estigmas e de falta de incentivo a estas trabalhadoras.



“Existe uma ideia errônea de que mulheres não estão aptas a trabalhos técnicos em produção cultural. Muitos dizem que nós não temos força para subir uma estrutura de iluminação, ou capacidade de fazer uma ligação elétrica de som, por exemplo. A equipe da FEMEA veio provar o contrário: o que temos como resultado dessa produção é um trabalho de excelência e muito comprometido”, explica Lany, que nos últimos vinte anos já produziu diversos festivais e projetos no Estado.




Abrir o próprio negócio é um sonho que muitas mulheres almejam alcançar, mas o ato de empreender para elas, vai além da autonomia financeira: pode ser a porta de saída à quadros de violência, impactando diretamente no fortalecimento da identidade feminina. O trabalho do GMB, por exemplo, se inicia com a construção de uma rede de produção de roupas e acessórios e a realização de feiras – para incentivar a autonomia financeira das moradoras do bairro.




“É importante que se traga essa discussão para o meio cultural, pois há inúmeras situações de violência e desrespeito que a mulher na sociedade como um todo e nos bastidores dos eventos e projetos. Por isso a FEMEA se torna uma plataforma muito especial de troca e afirmação nesses territórios que precisam cada vez mais ser experimentados e vivenciados por mulheres”, diz Luciana Medeiros, da comunicação, equipe formada ainda pelas jornalistas Luiza Soares, Carolina Amorim e Mirian Maia.



Serviço

De 8 a 14 de março ocorre o FEMEA – Feira de Empreendedorismo , Música e Arte da

Amazônia. Evento será virtual, a programação pode ser acessada pelo site

www.femea2021.com.br e YOUTUBE. Gratuito, classificação livre. Acompanhe mais

informações pelas redes sociais (FACEBOOK e INSTAGRAM)


Texto: Luciana Medeiros (Holofote Virtual)

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