O projeto Cinema no Marajó passou cinco meses realizando Oficinas e Rodas de Conversa com o objetivo de aproximar estudantes ribeirinhos do mundo do Cinema, Fotografia e Audiovisual, utilizando os recursos disponíveis, como o celular. Alunos dos municípios de Melgaço e Breves, no arquipélago do Marajó, eram o alvo das oficinas realizadas pelo projeto. A iniciativa é do Grupo de Pesquisa em Antropologia Visual VISAGEM, sob coordenação geral de Denise Cardoso.
Os quatro curta-documentários produzidos nas oficinas de Introdução ao Audiovisual devem estrear na Mostra que será exibida totalmente online pela plataforma de Streaming Amazônia Flix. Para saber um pouco mais sobre como o projeto chegou ao Marajó, conversamos com o Produtor Executivo e responsável pelas oficinas, Alessandro Campos.
EV: Como foi essa experiência de fazer oficinas online em municípios ribeirinhos no meio de uma pandemia, quais foram os desafios?
Alessandro: A experiência em fazer oficinas de audiovisual nessa região do Marajó, que
tanto amamos, não é novidade. Desde 2018 já fazemos esse tipo de atividade pelo projeto “Um Salto a Melgaço: do Minho ao Amazonas” junto com uma equipe maravilhosa, aproximando as duas cidades homônimas a do Pará e a de Portugal. Agora, realizar estas oficinas de modo remoto foi um grande desafio, o que exigiu muito esforço tanto da equipe quanto dos alunos. São tempos novos e difíceis, mas acredito que os curtas produzidos falam por si. As alunas e os alunos se esforçaram muito, foram muitas horas de aulas, reuniões e discussões até que os filmes ficassem prontos, e as redes sociais, principalmente o WhatsApp foi fundamental para que esses encontros virtuais acontecessem.
EV: Houve perda na qualidade do material repassado, houve ganho, como tu sentistes isso?
Alessandro: Na verdade não sei como mensurar isso com precisão. Se por um lado, o contato direto fez muita falta, estar junto das pessoas e estar nesses lugares lindos fez muita falta, por outro a disponibilidade das aulas online que poderiam ser assistidas em
outros horários (pois ficavam gravadas) facilitou muito aos alunos. Acredito que tivemos que nos adaptar a essa realidade que nos foi imposta, e conseguimos. Elaboramos material acessível, convidamos pessoas muito competentes para participar das oficinas. Enfim, estamos felizes com os resultados, principalmente por saber que é ainda a primeira experiência destas pessoas, outros filmes virão e sem dúvida serão cada vez melhores.
EV: Como foi a preparação desse encerramento, me fale um pouco da temática de cada dia e a escolha das pessoas que vão falar.
Alessandro: Desde o início do projeto já sabíamos que o encerramento seria uma grande Mostra de Cinema Documentário. No início ainda tínhamos esperanças que seria presencial, com os filmes sendo projetados em uma enorme tela inflável nas praças de Breves e de Melgaço. Mas a pandemia não permitiu isso (estamos planejando fazer isso para o próximo ano).
Aí tivemos que nos adaptar novamente, foi quando surgiu a parceria com a querida Zienhe Castro e a Plataforma Amazônia Flix, onde os filmes estão hospedados e nossa Mostra se tornou virtual, tendo um alcance bem maior, afinal. Os filmes ficarão disponíveis 24h por dia de 22/07 a 08/08.
Também aproveitamos essas possibilidades do mundo online para convidar pessoas de
várias partes do Brasil. No dia 22/07 grandes cineastas que estarão conosco numa Roda de Conversa discutindo sobre o fazer audiovisual, suas potencialidades e suas obras, que estarão dentro na Mostra na Sala Rio Laguna: com Jorane Castro, Evandro Medeiros, Jorge Bodanzky, Alexandre Nogueira, Zienhe Castro, Chico Carneiro, Francisco Weyl e Felipe Pamplona.
No Dia 23/07 a Roda de Conversa com os realizadoras e realizadores dos curtas-documentários, da Sala Rio Parauaú, produzidos como resultados das oficinas de Introdução ao Audiovisual realizadas em Breves e Melgaço pelo Projeto.
No Dia 24/07 a Roda de Conversa é com José da Silva Ribeiro, Maria Alice Carvalho, Marcio Crux, Fernanda Campos, Sofia Carvalho, Denise Cardoso e Alessandro Campos sobre os curtas produzidos durante o projeto “Um Salto a Melgaço: do Minho ao Amazonas - 2019/2020”, exibidos na Sala Rio Anapú.
E para finalizar, dia 25/07 a última Roda de Conversa é com os jovens diretores dos filmes exibidos na Sala Rio Pracaxí, sob a coordenação de nossa grande amiga e parceira Maria Alice Carvalho. Lembrando que todas as rodas de conversa serão transmitidas ao vivo pelo nosso canal do Youtube.
Serviço: Os filmes do Projeto Cinema no Marajó estarão disponíveis gratuitamente pela
plataforma de Streaming Amazônia Flix (https://amazoniaflix.com.br/) e as rodas de
conversa ficarão disponíveis pelo Canal do Youtube Cinema no Marajó sempre às 18h.
Texto: Marcia Lima (91) 98300-1636 (Assessoria de Imprensa)
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