
Neste sábado, 07 de maio, Mestre Jaci e Cobra Venenosa realizam um encontro entre gerações do carimbó pau & corda, ancestral e contemporâneo, na Ilha de Cotijuba, a partir das 20h. O evento terá entrada gratuita, com colaboração voluntária no famoso “chapéu do mangueio”, expressão usada pelas novas gerações do carimbó.
No último dia 20 de abril, o grupo de Mestre Jaci, criado em Icoaraci, “Os Caçulas da Vila”, completou 22 anos de atuação, alegrando rodas da Cultura Popular. Ainda engatinhando e aprendendo nas vivências entre a capital e as comunidades, o carimbó da Cobra Venenosa, por sua vez, neste 02 de maio comemorou 6 anos existindo e entoando um canto de liberdade e ousadia no Carimbó Pau & Corda contemporâneo.
A poética de Mestre Jaci, atualmente com 69 anos, é uma viagem pela Baía do Guajará e seus braços de rios que lhe abastecem. Um olhar sensível à realidade de um pescador urbano que passou a vida entre o rio e o asfalto. A dura realidade de quem vive a depender dos rios, a devoção aos Santos padroeiros, as praias e ilhas encantadas e a charmosa Vila de Icoaraci ganham ritmo nas composições desse poeta pescador de sonhos.
Jaci é contemporâneo do Mestre Verequete, filho de pescador e professora, criou-se em cima da canoa tirando matapi - usado para pegar camarão - e rede para garantir a sobrevivência da família. Foi o primeiro vocalista do grupo “Irmãos Coragem”, trabalho liderado por seu tio “Dodó”, e um dos grupos mais tradicionais em Icoaraci na década de 1970. O Mestre se orgulha por ser pescador artesanal e por passar boa parte de seus dias às margens da Ilha de Caratateua, conhecida como distrito do Outeiro.

Com Os Caçulas da Vila, Mestre Jaci fez um resgate de grande importância. Mestres que vinham esquecidos e afastados do cenário ganham nova vida e voltam à cena, tendo suas composições de volta às rodas. Mestre Coutinho e Mestre Saraiva (em memória) antigos integrantes do conjunto Uirapuru do Mestre Verequete, Mestre Bené (em memória), mestre Thomaz (Os Africanos de Icoaraci) são alguns nomes que integraram o mais novo, à época, grupo de Carimbó da Vila Sorriso.
“Para celebrar nossa parceria - pois com muito carinho e respeito trabalho desde 2017 com o Mestre -, e a resiliência desses dois projetos que podem se dizer opostos complementares da raiz ao hype, convidamos vivos e ‘encantades’ amazônicos das águas, ruas, matas e igarapés para viver carimbó à beira da água doce, sob a luz da lua, saudando mais um lugar de afeto, o “Espaço Cultural e Solidário Maré Sonora”, para os encontros de carimbozeirxs, poetas e outrxs sonhadorxs que ousam se manter vives, vibrantes e esperançosos de novos dias”, afirma Priscila Duque, a cobra venenosa que irá se apresentar no sábado, além de estar produzindo e assessorando este evento de forma totalmente independente.
Entre os convidados especiais estão Mateus Moura (@mateusmourainsta) e Luizan Pinheiro (@luizin.pinheiro), além de microfone aberto às intervenções poéticas e ‘carimbozeiras’ para os entusiastas interessades em somar vibração e alegria para a roda de carimbó acontecer.
Luizan Pinheiro é professor da Faculdade de Artes Visuais da UFPA, compositor e carimbozeiro. Vindo de Marapanim da Praia de Tamaruteua nos anos 70, transita entre a universidade e a cultura popular. Já Mateus Moura é Artista e Educador, gosta de compor e aprende muito no processo, principalmente em roda. “Com o Cobra Venenosa já viajei pelo Brasil e rolaram altas sintonias. Cotijuba é um lar antigo, para onde sempre retorno e faço oferendas. Nessa participação prometo saudar mestres como Chico Braga e sumidades como Matinta Pereira. Também apresentarei músicas inéditas!” anuncia Mateus Moura.

SERVIÇO: Inauguração do Espaço Cultural e Solidário “Maré Sonora” (@maresonora)
com Mestre Jaci, Cobra Venenosa + convidados (Mateus Moura e Luizan Pinheiro) + Roda aberta;
Dia: 07 de maio (sábado) / Local: Praia do Vai-quem-quer (Ilha de Cotijuba). A partir das
20h. Informações (Instagram #carimbocobravenenosa)
Texto: Priscila Duque (Assessoria de imprensa)
Palavras-Chave
Comments