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Carimbó Cobra Venenosa lança seu primeiro disco nesse sábado




Com três anos de (R)existência na selva de pedra belenense, o Carimbó Cobra Venenosa, que lança seu primeiro disco de título homônimo, no próximo sábado, 22, vem superando obstáculos com poesia e reinventando caminhos para tocar carimbó metal, pau & corda, urbano-experimental, performático e autoral.






Criado no distrito de Icoaraci, território de efervescência do carimbó no estado do Pará, os músicos e compositores Priscila Duque e Hugo Caetano conseguiram reunir neste disco a inspiração da vivência com mestres e mestras do Carimbó de raiz paraense e a potência do protagonismo de toda uma nova geração dos batuques - do qual são parte e protagonistas, nas ações de ruas, praças, transportes coletivos, saraus, ‘mangueios’ e toda sorte de encontros.



Em 2018, contemplados pelo VI Prêmio Proex-UFPA de Arte e Cultura, iniciaram no Stúdio Z, sob a sensibilidade de Thiago Albuquerque, a gravação de seu primeiro disco, com composições de Hugo Caetano, Priscila Duque, Renato Caranã, Mestre Lourival Igarapé; além de arranjo exclusivo feito por Mestre Neves, de Marapanim (PA), banjista do grupo "Sereias do Mar" para a música "Tropical da Mata", que narra uma vivência feminina e poética genuinamente Amazônida, com letra assinada por Priscila Duque.





O primeiro trabalho em estúdio do grupo terá oito faixas autorais inéditas, acrescido de mais 5 músicas extras gravadas ao vivo ainda em janeiro de 2017.



Uma das marcas deste trabalho é que os instrumentos característicos do Carimbó Cobra Venenosa são reciclados. Curimbó feito da reutização de tubo de esgoto (PVC) por Flávio Gama e banjo feito de capacete de moto, por Ney Lima. Mestres urbanos que reinventam a cidade, transformando lixo em música tal qual os mestres dos municípios do interior reinventam a natureza, transformando-a em instrumentos orgânicos.



Outro detalhe, é que tradicionalmente o Carimbó de raiz se intitula "Pau & Corda", também por essa característica tradicional mais ligada a identidade do curimbó - pau e banjo - corda; mas há décadas, o Carimbó mesmo de raiz já incorporou instrumentos de metal, como os sopros (sax, flauta, clarinete etc), apenas grupos muito tradicionais como "Quentes da Madrugada", de Santarém Novo (PA), e "Filhos de Maiandeua", da Ilha de Maiandeua (PA), de fato não incorporam instrumental de metal em seus arranjos e apresentações.



Priscila Duque fala sobre toda concepção do disco ser inspirada poética, musical e territorialmente no carimbó como traço de socialização e identidade paraense (e Amazônida), porém a partir da ótica de jovens com vivências da periferia metropolitana.


"Sempre destacamos que somos filhos da selva de caos e concreto, de Icoaraci e Outeiro, da famosa 'behel'. Nosso som diz isso, nossa imagem no palco mostra isso. Nossos instrumentos são reciclados. Por isso, quando convidei o Pierre Azevedo pra fazer o ensaio de fotos do disco, logo sugeri que fosse na minha laje, lugar onde vivo desde os 6 anos de idade e agora estou construindo meu próprio espaço cultural. O Carimbó Cobra Venenosa não precisa 'se fantasiar' de periferia (risos). Vivemos a 'dor e delícia' de sermos o que somos: artistas periféricos", comenta.



Neste sentido, além de terem sugerido desde 2017 - quando realizaram o projeto "Mestres Urbanos de Icoaraci" - serem "Carimbó Urbano", o Carimbó Cobra Venenosa também chama atenção sobre a estética do seu som ser "Metal, Pau & Corda", algo que já vem sendo feito, desde Mestre Verequete, por exemplo, porém não conceituado.



A presença e o estilo dos instrumentos de sopro - metal, nas músicas do disco marcam um som contemporâneo, com arranjos experimentais e, há quem diga, até psicodélicos, que se diferenciam muito do que se ouve no tradicional e raiz do estado.



O lançamento deste trabalho ocorre no próximo dia 22 de junho, no Insano Marina Clube, durante a programação “Do Chão ao Teto, Salve o Casarão do Boneco", momento em que subirão ao palco em apoio à campanha de arrecadação para reforma do Casarão do Boneco, dividindo o palco com Matheus Moura, Jeff Moraes, grupo Tamboiaras e Bando Mastodontes.



O Carimbó Cobra Venenosa também está entre os premiados do edital "Folguedos Juninos 2019" e se apresenta no próximo dia 25/06 (terça-feira), às 19h, na Fundação Cultural do Pará (FCP).



SERVIÇO:


Dia: 22 de junho (sábado) Hora: a partir das 18h Show de lançamento disco “CARIMBÓ COBRA VENENOSA” às 22h Local: Insano Marina Club (R. São Boaventura, 268 - Cidade Velha) Ingressos: 20 reais, na hora. 15 antecipados (preço único). Sympla: bit.ly/SalveCdBingressos


Contato: Priscila Duque (91) 983571216 (Fone e WhatsApp) prisciladuquejornal@gmail.com

Instagram.com/carimbocobravenenosa


Toda a renda da bilheteria será destinada à campanha de reforma do Casarão do Boneco.


TEXTO: Priscila Duque

Fotos: Pierre Azevedo

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